| 2025-03-16

MEET THE TEAM COM LUÍS DUARTE, ENÓLOGO CONSULTOR

Enólogo de mão cheia, Luís Duarte dispensa apresentações dentro e fora de portas — o seu contributo em múltiplas frentes, ao longo de várias décadas, fala por si. É consultor da Malhadinha Nova na criação de vinhos desde a primeira hora.

1. Está desde o início no projeto Malhadinha. Como vê a evolução dos nossos vinhos?

O projeto da Malhadinha iniciou em 2003. Com o lançamento desta primeira colheita do vinho Malhadinha tinto obtivemos 3 trophies no International Wine Challenge, em Londres, reconhecimento este nunca antes conseguido por nenhum produtor em Portugal. Foi o início de um projeto com uma estratégia bem definida pela família Soares (…) Ao longo dos anos, os vinhos foram sendo criados naturalmente em consequência das vicissitudes do clima, mas sempre com os mesmos princípios que nortearam o projeto. Nunca em caso algum foi comprometido nenhum destes princípios e, como se deve compreender, nem sempre foi tudo fácil ao longo destes 22 anos.

Acredito também que houve nos vinhos uma adaptação ao perfil mais atual do consumidor de vinhos. Por outro lado, as vinhas atingiram uma fase mais consistente em termos de produção e qualidade — e também nós fomos adquirindo mais conhecimento sobre este terroir e sobre as castas com que trabalhamos.

2. O que torna o Marias da Malhadinha um vinho intemporal?

O Marias da Malhadinha é, desde o lançamento da sua primeira colheita, um vinho onde tentamos mostrar o que o Alentejo, e a Malhadinha, tem de melhor. Com a seleção das melhores variedades de cada colheita, este vinho vinificado de forma tradicional em lagares e com a menor intervenção possível pretende mostrar o nosso respeito pelo nosso terroir.

3. A Malhadinha tornou-se um produtor de vinhos biológicos. É uma categoria valorizada pelos consumidores?

O caminho para a produção dos vinhos biológicos e a certificação na produção sustentável foi o caminho mais que natural na vida deste projeto (…) Além de ser uma tendência para o mercado de vinhos, é algo que faz parte do DNA da empresa e, acima de tudo, algo em que acreditamos. Fazemos este caminho mais por nós do que pelo mercado porque é esta a nossa maneira de estar.

4. A aposta nas variedades nacionais tradicionais é uma boa resposta às alterações climáticas?

Sim. Estas variedades são frequentemente mais adaptadas às condições específicas de cada região, exibindo maior resistência a condições extremas como secas, ondas de calor e mais resistentes a pragas e doenças. Essa resiliência natural torna-as uma opção valiosa, mantendo produções mais estáveis mesmo com stresse hídrico. Além disso, ao apostar nestas variedades preservamos uma maior diversidade genética, uma das principais ferramentas de adaptação a novos cenários climáticos.

5. Quais as colheitas Malhadinha que não podem faltar numa garrafeira particular?

Naturalmente que na minha garrafeira tenho várias colheitas dos vinhos Malhadinha. Quem gosta de vinhos com mais complexidade e mais evolução vai preferir colheitas com mais idade e quem gosta de vinhos com mais fruta irá preferir colheitas mais recentes. Acredito que existem momentos para todos os estilos. 

Mesmo assim, não posso deixar de referir a colheita 2022, onde penso que se atingiu um patamar que carateriza um grande vinho. A colheita 2003, pelo que já referi anteriormente, e as colheitas 2011, 2015 e 2019 são alguns dos exemplos que penso ser obrigatório ter em qualquer garrafeira particular.

Atenção, o seu browser está desactualizado.
Para ter uma boa experiência de navegação recomendamos que utilize uma versão actualizada do Chrome, Firefox, Safari, Opera ou Internet Explorer.