Manuel Aires Mateus é um dos mais conceituados arquitetos portugueses. Nasceu em 1963 e licenciou-se como arquiteto em 1986 na Faculdade de Arquitectura /UTL, em Lisboa. Desde 1985 que começou a colaborar com Gonçalo Byrne e após o curso com o irmão Francisco Aires Mateus. Entre as várias obras icónicas pelas quais é conhecido, destacam-se; a recuperação do Colégio da Trindade, em Coimbra, vencedor do Prémio Architécti/Arkial, em 2000; a Reitoria da Universidade de Lisboa, que conquistou o Prémio Valmor em 2002; o Centro de Artes de Sines, finalista do Prémio Mies Van Der Rohe em 2007; a sede da EDP, na Avenida 24 de Julho, inaugurada em 2015 e vencedora do Prémio Valmor 2018 e do Prémio Secil, em 2020.
Começou com um convite da Rita Soares para estudarmos a possibilidade de colaborarmos em futuros projetos na Malhadinha. Desenvolveu-se com uma visita à herdade. Emergiram duas qualidades, a primeira, a humana, desta família extraordinária, a segunda, a sua ambição no que fazem.
Entre o trabalho que é feito na Malhadinha e o nosso coincidem alguns valores que nos interessam. O respeito pela ideia do trabalho e pela natureza. Fazer o melhor possível, uma noção do que é a vida e as pessoas, como centro do mundo.
O Alentejo é uma inspiração. O Alentejo traduz alguns dos valores que sempre estiveram presentes na arquitetura portuguesa. Sua condição de arquitetura chã, uma arquitetura que responde com “mínimos” aos problemas. Essa condição foi mais local. Mas penso que hoje se tornou mais universal pois estamos mais atentos a esta condição necessária para o futuro do mundo..
Essa é uma pergunta muito difícil. Primeiro porque já fui à Malhadinha com uma pessoa que muito admiro e que é um grande artista que é o Mário Laginha. Acho que é um lugar onde gostaria de levar alguns amigos com quem gostaria de conversar naquela tranquilidade. Talvez imaginasse levar lá agora a Fernanda Fragateiro porque a sua obra reflete muito sobre a condição espacial e, de alguma maneira, esta é a ambição da Malhadinha Nova. Numa ideia de controlo e valorização de um território para o pôr ao serviço das pessoas que dele vão usufruir.