Inês Matos Andrade | 2021-06-02

4 Perguntas a João Olaio

Casas, escolas, instituições, correios, hotéis, teatros, serviços e até o Parlamento foram mobiliados com cadeiras, secretárias e aparadores Olaio entre os anos 30 e 80 do século XX. Fundada ainda no século XIX por José Olaio numa pequena loja no Bairro Alto, e como o próprio site da marca refere, a Olaio faz parte do património afetivo e emocional do país. O quarteto Tomáz Olaio, José Pedro Olaio, José Espinho e Herbert Brehm foram os responsáveis pela modernização da empresa que após décadas de sucesso acabou por ser vendida e desmantelada no final dos anos 90, apesar das peças vintage produzidas durante quase um século terem uma intensa procura já no século XXI em lojas de antiguidades, vendas de garagem e armazéns.

Desde 2016 que a quarta geração da família, João Olaio, bisneto do fundador e Renata Vieira, reuniram esforços para recuperar este legado essencial ao design português e relançar a marca no mercado. Durante anos pesquisaram, investigaram e recolheram material que lhes permitisse reproduzir a qualidade dos materiais, o design, algumas peças icónicas e a identidade desta marca portuguesa.

A paixão pela história do design português levou Rita Soares, CEO da Malhadinha Nova, a contactar João Olaio para em conjunto trazerem um pouco da história da Olaio para a planície alentejana, em Albernoa. Falamos com João Olaio para saber mais sobre esta parceria.

1. Como começou a relação entre a Olaio e a Malhadinha Nova?

A Malhadinha Nova já conhecia a Olaio do passado. Tinha até algumas peças de mobiliário antigas incluídas na decoração de algumas das casas da herdade. Mas foi pelas redes sociais que se apercebeu que a Olaio tinha sido relançada e entrou em contacto connosco para propormos mobiliário para o restaurante que estava na altura a ser remodelado. A Rita foi desde logo muito acolhedora fazendo daquele seu projeto uma ideia e um trabalho conjunto.

2. Que denominadores comuns têm as duas marcas?

Partilhamos o gosto por mostrar o que de melhor Portugal tem e faz.

3. De que forma a Malhadinha Nova acaba por ser um showroom do melhor que se faz em design em Portugal?

Todos os espaços da Malhadinha Nova foram pensados com intencionalidade para que a experiência vivida seja a de uma verdadeira estadia e não apenas a de uma passagem por um bonito lugar. O modo como se é recebido, como se é acolhido, a decoração, o restaurante, a comida, o vinho, o campo, os pequenos detalhes, fazem-nos sentir pertença daquele lugar. Pertença de um bonito país.

4. Por último, que peça Olaio mais materializa o espírito da Malhadinha?

Temos várias peças na Malhadinha, algumas delas desenvolvidas e adaptadas em exclusivo. No entanto, talvez a que melhor se encaixa no espirito daquele lugar seja o cadeirão Olaio 62, que foi colocado no novo espaço de recepção. Foi a Rita quem escolheu os tecidos de estofo e o resultado é de uma grande harmonia entre o ambiente criado e as peças que o pontuam. O cadeirão em si é uma peça que representa o conforto da espera, o sabor da calma, o ritmo da vida daquele lugar.

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